A mágica do
MODEM

O modem tornou-se um componente tão comum que dificilmente percebemos sua existência.
Quando os computadores surgiram, eles eram incrivelmente grandes e as pessoas conectavam-se a eles por meio de terminais estúpidos. A conexão era feita por um cabo que não poderia passar de três quilômetros, o que restringia o número de pessoas que poderiam utilizar o sistema.
Para solucionar o problema, Bolt Beranek e Newman desenvolveram uma tecnologia que permitia aos usuários conectarem-se a um computador central via linha telefônica. Esse equipamento foi chamado "acoustic coupled modulator demodulator" e, posteriormente, abreviado para "modem".
A taxa de transferência de 300 bauds foi substituída pelo padrão V.22, e passou a voar numa taxa de 1.200 bauds. O próximo grande avanço veio na forma do V.42. Ele melhorou o método de compressão de dados e correção de erros e possuía uma taxa de transferência de 2.400 bauds.
A velocidade cresceu para 4.800 bauds e rapidamente passou para 9.600 bauds. Isso envolvia apenas um modem utilizando duas linhas telefônicas para transferir informação.
Desde então, os modems passaram a ser componentes comuns do computador. E as pessoas só lembram que eles existem quando precisam se conectar à Internet. Você surfa pela Net e envia e-mails sem imaginar a tecnologia que está por trás dessas operações. Os modems são incrivelmente versáteis e lidam com transferência de terabytes de informações em todo o mundo, sejam e-mails, downloads de programas ou jogos online.
O modem permite uma conexão a uma rede global de computadores por meio da sua linha telefônica. Os PCs utilizam informações digitais, e os telefones trabalham com informações analógicas, então, tudo precisa ser convertido antes da transferência. Esse processo é chamado modulação e demodulação.

Bits
Recentemente, temos ouvido falar de conexões ADSL (Asymetric Digital Subscriber Line), que permitem uma velocidade de download de 2 MB por segundo. A velocidade de um modem é medida em bits por segundo (bps). O padrão atual de um modem é de 56 k, cuja taxa de transferência é de 56.000 bps, apesar de, na realidade, esse número não passar de 48.000 bps.
A triste verdade é que a maioria de nós ainda está presa aos modems de 56k ou, em alguns casos, ainda mais lentos. As velocidades atingidas pelos modems são restringidas a um certo número pela rede telefônica, que foi projetada apenas para transmitir chamadas telefônicas ao invés de dados. A velocidade de que dispomos nesse momento está muito distante dos primeiros modems de 1960, que alcançavam a "extraordinária" marca de 300 bps, o equivalente a apenas 30 caracteres por segundo.
A Hayes estipulou um padrão para os controles de modems com seu Smartmodem 300. A maioria dos fabricantes adotou esse método, e os modems começaram a aparecer com a inscrição "compatível com Hayes". O modem que envia um sinal é conhecido como modem "Original" e o aparelho que recebe a informação é chamado de modem de "Resposta".
A transmissão de dados é feita utilizando formas diferentes para os dígitos binários "zero" e "um". O modem Original transmite 1.070 hertz para o "zero" e 1.270 hertz para o "um"; o modem de Resposta transmite 2.025 hertz para "zero" e 2.225 hertz para "um". Devido a ambos os modems transmitirem freqüências diferentes, eles podem utilizar uma linha telefônica simultaneamente.

Dentro ou fora?
Existem dois tipos de modem, internos e externos. Como o nome sugere, os modems externos operam fora do gabinete do PC, conectados à porta de comunicação por um zxcabo serial. A vantagem de utilizar um modem interno é que ele não ocupará espaço em sua mesa, porém, os novatos no PC encontrarão dificuldade em instalá-lo ou fazer um upgrade.
Os modems para computadores portáteis consistem em uma placa PCMCIA (Personal Computer Memory Card International Association), semelhante a um cartão de crédito.
Felizmente, a maior parte das linhas telefônicas tornou-se digital, restando poucas analógicas. Isso permite ao modem ultrapassar a barreira de 33.600 bps. O sinal analógico é digitalizado por meio de um CODEC (codificador/decodificador), que o converte para uma linha de 64.000 bps. O número de 56.000 bps deve-se ao fato de que os modems de 56 k foram projetados para controlar os sinais locais do CODECs. Isso é feito enviando uma corrente de dados que farão o CODEC produzir o melhor sinal possível, podendo ultrapassar os 56.000 bps.

Velocidade máxima
O padrão de 56 k ficou conhecido como V.90 e alcançou sua alta taxa de download tirando vantagem das transferências dos servidores digitais. Utilizando um código de modulação de pulso (PCM) na corrente, um sinal muito mais eficiente tornou-se possível, resultando em downloads velozes. Entretanto, a velocidade em que a informação podia ser enviada era fixada em 33.600 bps. O novo sistema V.92 habilitou o uso do PCM também para uploads, cuja taxa cresceu para 48.000 bps.
O V.92 também trouxe o benefício de conexões rápidas. Os modems antigos presumiam que cada conexão era feita por meio de uma linha telefônica diferente, então, levavam um longo tempo para estabelecer uma conexão. Muitas pessoas utilizam suas linhas telefônicas para conectarem-se à Net, então, não seria ótimo se o seu modem aprendesse as características da sua conexão? Bem, isso é exatamente o que o V.92 faz, reduzindo o tempo de conexão para uma média de dez segundos.
Isso significa que você passará menos tempo escutando seu modem zumbindo e chiando. A desvantagem é que você precisará de uma linha telefônica digital para fazer uso de todo esse potencial, de outra forma, o V.92 não fará absolutamente nada para ampliar a velocidade do seu modem. Felizmente, fazer o upgrade do V.92 é apenas uma simples questão de baixar o arquivo gratuitamente.
Ainda é muito cedo para comentarmos sobre a conexão ADSL, mas as taxas de transferência prometidas beiram o absurdo. Finalmente poderemos ter videoconferências como elas realmente devem ser.